Iniciativas Brasileiras Pioneiras

Listamos aqui alguns exemplos de iniciativas que investem em práticas sustentáveis de valorização dos resíduos de manejo arbóreo urbano:

Município de Guarulhos, SP: Serraria Ecológica.

Foto: Grupo PodaLab

Guarulhos investe, há mais de uma década, em práticas sustentáveis de valorização dos resíduos de manejo arbóreo urbano, visando a qualificação de espaços públicos com produtos madeireiros oriundos de tais resíduos. O município produz cerca de 20 m³/dia de resíduos de podas e remoções de árvores na área urbana dos quais 80% – folhas, ramos e galhos – são destinados à compostagem, e os outros 20% (troncos, galhos grossos e supressões de árvores condenadas) à fabricação de móveis, playgrounds, decks, sarrafos e outros utensílios voltados às áreas públicas do município. Nos primeiros quatro meses de 2020, foram produzidos 882 metros lineares de madeiramento, além de 48 toneladas de composto.

O processo de beneficiamento dos troncos de maior diâmetro ocorre na Serraria Ecológica, unidade que desde 2018 é vista como modelo para outros municípios que ainda destinam os seus resíduos vegetais à aterros sanitários. De acordo com o supervisor da unidade, Irenio Mota, o aproveitamento do material se distribui de acordo com os seguintes usos:

  • folhas, ramos e galhos de dimensões menores são triturados, passam pela compostagem, e o adubo orgânico é utilizado no plantio de árvores, na produção de mudas e no paisagismo das áreas verdes do município; 
  • os galhos de diâmetro intermediário são utilizados como lenha; 
  • os troncos de maior diâmetro são desdobrados e empregados na construção civil (ripas, caibros, vigas e pontaletes), na produção mobiliário público, brinquedos educativos e pequenos objetos de madeira (POM) e; 
  • a serragem proveniente dos processos de usinagem é doada para propriedades rurais. 

A destinação de cada tipo de madeira se dá conforme parâmetros de:

  • densidade, 
  • durabilidade, 
  • aparência e 
  • formato original do resíduo arbóreo.
Processo de reutilização da poda urbana inclui trituração de insumos que são utilizados como cobertura das pistas de caminhada. Foto: Divulgação

Santo André é a única cidade da região que reaproveita em sua totalidade resíduos provenientes de poda e arborização urbana. A Prefeitura, por meio do Departamento de Parques e Áreas Verdes (DPAV), desenvolveu um processo criterioso de reutilização de galhos e troncos de árvores removidas. Troncos se transformam em bancos, brinquedos para playgrounds, cercados, decks, aparelhos de ginástica, entre outros equipamentos produzidos na Fabrinque, na Vila Guiomar. Além disso, os resíduos menores são processados em um triturador, para produção de compostos orgânicos.

O trabalho da Companhia Municipal de Limpeza Urbana – Comlurb, vai muito além das vassouras que varrem ruas e praças, e de caminhões que coletam sacos de lixo de porta em porta. Entre outras inúmeras atividades e funções desempenhadas na Companhia, uma delas tem chamado a atenção de quem frequenta as áreas de lazer da cidade. Pouca gente sabe que mesas, poltronas, bancos, banquetas e jardineiras espalhados por esses locais, e feitas de madeira, saem da Oficina de Troncos da Companhia, que conta com oito garis artesãos que dão vida nova a pedaços de madeira que teriam como destino o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR-RIo), em Seropédica, transformando troncos retirados de quedas de árvores e de podas em geral, em arte. Inspiração não falta a esses heróis na hora de esculpir peças diferenciadas.

Gari transformando troncos retirados de quedas de árvores em arte - Foto: William Werneck/Divulgação Prefeitura

Essa turma faz parte da equipe de revitalização e manutenção de praças da Comlurb, atividade que teve início com a criação, pela Comlurb, do programa “Reinvente”, um projeto-piloto para reaproveitar troncos e galhos provenientes de podas e remoções de árvores. Baseado no conceito de poda inteligente, a ideia é que, ao realizar a poda, o funcionário responsável esteja apto a identificar cada tipo de madeira, a fim de separar tudo que pode ser reaproveitado, reduzindo, assim, perdas de matéria-prima de qualidade, que seria destinada ao Centro de Tratamento de Resíduos.

O  empresário, com uma carreira de 35 anos, desde o início aplicou princípios da sustentabilidade e da economia circular: valorizou a origem e as características da madeira, minimizou desperdícios e prolongou  a vida útil dos materiais. E assim construiu uma linguagem própria, pautada na pesquisa e experimentação. Em seu processo criativo ele dialoga com a madeira e combina outros materiais, como metal, vidro e acrílico. Suas soluções construtivas incorporam fendas, falhas, buracos, rachaduras e irregularidades; parte da personalidade e originalidade das suas peças vêm destes detalhes, que geralmente são considerados “defeitos” – como o processo de ‘costura’ de rachaduras, com cipó-titica trefilado, cozido e alvejado.

Foto: Grupo PodaLab

O idealizador da iniciativa, o engenheiro florestal Rodolpho Schmidt,  desejava criar produtos a partir de resíduos da arborização urbana, pois acreditava no seu potencial. Para isso criou uma equipe de prestação de serviços de poda e remoção de árvores, estruturou uma unidade de seleção e processamento dos resíduos, e articulou parcerias com arquitetos e designers.

RedeMadeiraUrbana®

O idealizador da iniciativa, o engenheiro florestal Rodolpho Schmidt,  desejava criar produtos a partir de resíduos da arborização urbana, pois acreditava no seu potencial. Para isso criou uma equipe de prestação de serviços de poda e remoção de árvores, estruturou uma unidade de seleção e processamento dos resíduos, e articulou parcerias com arquitetos e designers.