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Atualidade: Investigadores desenvolvem tratamento para cancro da mama agressivo

            Uma reportagem publicada no Jornal O Mundo Português, dia 12 de agosto de 2020, trás novas esperanças sobre o tratamento de câncer de mama triplo negativo, um dos subtipos mais agressivo e difícil de tratar.

            A denominação “triplo-negativo” refere-se ao fato de esse tipo de tumor não apresentar nenhum dos três biomarcadores mais empregados na classificação do câncer de mama: o receptor de estrógeno, receptor de progesterona e a proteína HER-2. Esse tipo de câncer de mama costuma ser mais agressivo porque existe maior chance de retorno da doença depois de um prévio controle, levando à metástase e a uma sobrevida menor do que os outros tipos de câncer.

            Contudo, quanto mais cedo for diagnosticado, melhores são os resultados.

            Segundo estimativas do Intituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 66.280 casos novos de câncer de mama. O câncer de mama triplo-negativos é responsável por cerca de 15% de todos os casos de câncer de mama ³, o que representa cerca de 9.942 pessoas no pais, e apresenta resultados desfavorávies devido ao seu comportamento agressivo e falta de terapia direcionada, o que, nesse sentido evidencia a importância desta pesquisa.

            A pesquisa está a sendo desenvolvida no Instituto das Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho e objetivo  foi de encontrar um tratamento para o cancro da mama.

Segue a reportagem com os depoimentos publicados pelo Jornal:

“Esta opção terapêutica é constituída por cromenos sintéticos, uma família de compostos abundantes na natureza, que têm mostrado eficácia no combate à doença”, informa a UMinho num comunicado enviado ao ‘Mundo Português’.

“Os cromenos naturais existem em todo o lado – raízes, vegetais, frutas, entre outros – e os nossos derivados demonstraram ter propriedades anticancerígenas potentes e seletivas, especialmente quando aplicados em células de cancro da mama triplo negativo, assim como em outros tipos de tumores, e sem toxicidade”, explica Marta Costa, investigadora responsável pelo projeto, especialista em Química Medicinal.

A cientista acrescenta que muitas vezes, este tipo de compostos mostra-se eficaz contra as células cancerígenas, mas mata também as células saudáveis.

“Desta vez, foi surpreendente, porque os nossos cromenos não revelaram toxicidade em nenhum dos testes e mostraram eficácia em vários modelos animais, reduzindo consideravelmente o tamanho do tumor. Além disso, não foi detetada qualquer reação adversa”, confirma.

Marta Costa avança que este tratamento é “uma esperança” para quem tem cancro da mama triplo negativo, uma vez que, até à data, “não existe uma terapêutica específica, nem eficaz”.

“A quimioterapia não tem bons resultados, porque, apesar de numa primeira fase poder ter alguns efeitos positivos, a taxa de reincidência do tumor é muito elevada e, muitas vezes, reaparece de uma forma mais severa, associada a uma alta taxa de mortalidade”, refere a investigadora.

A propriedade intelectual deste projeto está já protegida por patente internacional. A investigação recebeu, recentemente, financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional para a Patente Internacional, também apoiada pela Associação Ciência, Inovação e Saúde (B.ACIS).

O cancro da mama triplo negativo é o subtipo mais agressivo, representando 15 a 20 por cento de todos os tumores malignos da mama.
Não responde a terapias mais específicas, sendo a única opção a quimioterapia clássica, com resultados muito limitados.

A Escola de Medicina da Universidade do Minho foi criada em 2000 como Escola de Ciências da Saúde.

Integra um cluster que conta com a participação do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS), do Centro Clínico Académico 2CA Braga, do Centro de Medicina Digital P5 e da Associação Ciência, Inovação e Saúde (B´ACIS).”

 

Referências:

  1. Reportagem retirada do Jornal O Mundo Português. Link de acesso: https://www.mundoportugues.pt/investigadores-desenvolvem-no-minho-tratamento-para-cancro-da-mama-agressivo/
  2. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020 : incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2019. Estimativas 2020: INCA-estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf (42 downloads ) INCA-estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf (42 downloads )
  3. FERREIRA, Elisa Napolitano et al. Influence of BRCA1 Germline Mutations in the Somatic Mutational Burden of Triple-Negative Breast Cancer. Translational oncology, v. 12, n. 11, p. 1453-1460, 2019.

 

Publicado por: Patricia Mikawa

Orientadoras:

Enfermeira Maria Antonieta Spinoso Prado

Profa. Dra. Marislei Sanches Panobianco

Profa. Dra. Thais de Oliveira Gozzo

 

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