O caráter inovador da proposta do Programa se sustenta em seis pontos principais, a saber:
1) Conta com um grupo de professores-pesquisadores com experiência acadêmica e profissional, originado em algumas unidades da USP com visões diferentes e complementares, fato este fundamental para promover ciência e tecnologia atualmente, já que a grande maioria das linhas de atuação científico/tecnológicas é multidisciplinar e, no caso do Mestrado Profissional, com visão complementar voltada para resultados imediatos na cadeia produtiva;
2) Possibilidade de interação com linhas de atuação que enfoquem inovação tecnológica e que estejam inseridas nas diversas áreas de trabalho dos demais Programas de Pós-Graduação já existentes;
3) A existência local de laboratório de gestão e empreendedorismo com estrutura de Incubadora de Empresas de Base Tecnológica dentro do agronegócio, potencializando os resultados na tentativa de transformar ciência em negócios e o consequente nascimento de spin-offs;
4) Algumas linhas de atuação científico/tecnológicas de Docentes Permanentes da proposta são inovadoras tendo como objeto de estudo: cadeias produtivas, logística na cadeia do agronegócio, gestão e empreendedorismo, dentre outras;
5) A maioria dos Docentes Permanentes do Programa em questão colabora em atividades administrativas e extensão universitária em conjunto com os pesquisadores e profissionais de outras Instituições, nacionais e internacionais;
6) O Programa conta com alguns Colaboradores de reconhecido saber que atuam diretamente na cadeia produtiva do agronegócio nos âmbitos nacional e internacional, agregando troca de experiências relevantes na capacitação dos estudantes.
Há que se destacar que a proposta do Programa possui um diferencial inovador que busca um resultado de ampliar a capacidade de seus egressos atuarem como agentes de inovação e transformação social. A estratégia que possibilita a presença de ambientes estimulantes para o estudo e a prática da inovação como um diferencial competitivo está presente na concepção do Programa. Embora o Brasil já tenha vivido, no recente passado, um ciclo mais favorável de desenvolvimento, é preciso que se busque, cada vez mais, a agregação de conhecimento e inovação, em seu termo mais amplo, a fim de assegurar, definitivamente, sua posição dentro da nova ordem econômica mundial. A tendência de agregar mais valor aos processos, produtos e serviços do setor do agronegócio brasileiro deverá se concretizar em incalculável benefício para a sociedade no futuro.
No âmbito das políticas públicas, passa-se a buscar um marco legal que torne o ambiente mais amigável para a cooperação entre os mundos acadêmico (institutos de pesquisa públicos e universidades) e empresarial. Desta forma, três são as naturezas de motivações que, não por coincidência, são afins cada qual a uma das dimensões da missão ternária da Universidade. A motivação primeira é de natureza educacional. Espaços estimulantes e relevantes de aprendizagem se abrem aos estudantes pela participação conscienciosa da Universidade em todos os elos do complexo processo de inovação tecnológica motivados pelo avanço da fronteira do conhecimento científico e tecnológico (science-driven innovation). O sistema de inovação derivado ocorre quando da junção do conhecimento gerado pela inovação nas empresas (market-driven innovation) é associado ao anterior com a contribuição de inventores independentes (Plonsky e Carrer, 2009).
A participação da Universidade em incubadoras, aceleradoras de negócios, parques tecnológicos e mecanismos assemelhados, enseja aos estudantes de pós-graduação e de graduação, adicionalmente, a singular oportunidade de vivenciar o processo de empreendedorismo inovador em marcha. A tendência no próximo quarto de século é que a incubação, como gênero, se torne parte natural do processo de ensino-aprendizagem em todas as áreas – humanas, biológicas e exatas (na taxonomia consagrada nos exames vestibulares).
Essas incubadoras universitárias são de espécies diversas – de empresas, de negócios, de projetos, de soluções sociais, de criações artísticas e outras tantas. O que há de comum entre elas é o foco na gestão dos processos que transformam ideias que sejam, ao mesmo tempo, qualificadas e criativas, em produtos e soluções reais, utilizados pela sociedade.
Neste sentido, a incubadora é, sob essa ótica, o terceiro espaço de ensino-aprendizagem da Universidade contemporânea. No espaço mais tradicional, a sala de aula, o(a)s estudantes são expostos metodicamente aos conhecimentos preexistentes e relevantes para a carreira de escolha. No segundo, o laboratório, espaço incorporado a partir do século 19, o alunado participa da encantadora atividade de produção de conhecimentos novos, não raro verdadeiramente originais. O terceiro, a incubadora, permite ao(à)s estudantes aprender a ciência e arte de combinar conhecimentos preexistentes e novos na geração de valor percebido pela sociedade, incorporado em bens e serviços. As incubadoras permitem, destarte, que o corpo discente vivencie integralmente, junto com seus docentes, o que se vem denominando de triângulo do conhecimento – que articula educação, pesquisa e inovação.
É preciso reforçar que a base operacional do Programa é constituída pelo laboratório didático denominado Centro de Inovação, Empreendedorismo e Extensão Universitária do Campus da USP – Pirassununga (UNICETEX) que é uma iniciativa do grupo de docentes da área de Ciências Sociais Aplicadas da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo e constitui-se como um grande laboratório de empreendedorismo e gestão de negócios da Unidade.
O grupo que forma o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Extensão Universitária (UNICETEX) em conjunto com os demais Orientadores do Programa buscam atualmente ampliar o desenvolvimento de atividades para complementar e sistematizar o trabalho de educação empreendedora realizado na FZEA. Também faz parte como laboratório de gestão e empreendedorismo para o Programa, a estrutura que funciona dentro do UNICETEX denominada Incubadora de Empresas do Agronegócio de Pirassununga (UNITec) que atende a demanda de estruturar uma “Incubadora de Empresas” de base tecnológica e de serviços especializados para o desenvolvimento de novas empresas e spin-offs locais. A participação direta de empreendedores incubados e pré-incubados na qualificação proposta no Programa de Mestrado Profissional, como parte dos alunos regulares (estima-se atualmente cerca de 25% do alunado do Programa) faz com que o resultado possa ser medido também na contribuição de uma nova geração de empresários, mais capacitados para enfrentarem o desafio de um mercado cada vez mais exigente e com desafios crescentemente globalizados.