Estudo de encontros interétnicos entre crianças indígenas e crianças não indígenas

Brincadeiras livres são efetivas na interação entre grupos de até 8 anos de idade

Crianças brincando na área de vídeo gravação durante o primeiro encontro. As crianças receberam etiquetas com seus nomes. As cores das camisetas não foram selecionadas pelas pesquisadoras | Foto: Lira.

Os indígenas sofrem não só de serem estereotipados, mas também são apagados e deixados de lado na sociedade brasileira. Levando em consideração esse fato, dois encontros interétnicos entre crianças de dois e 13 anos foram promovidos no Instituto de Psicologia da USP, pela  Rede de Atenção à Pessoa Indígena.

Participaram dos “Encontros para brincar”, crianças indígenas Mbya Guarani, e crianças não indígenas – os eventos foram propostos pela pesquisadora Paula Gabrielly Rasia Lira que fundamentaram dois estudos que sugere uma interação lúdica de maneira que se destaque o protagonismo da comunidade indígena: no primeiro, investigou-se que a brincadeira livre estimula a harmonia dos grupos de crianças. Já no segundo estudo estimula a construção de ações coordenadas cooperativas.

Dessa forma, foram analisados comportamentos não-verbal, como a direção do olhar e o contato físico com objetos e parceiros, nos primeiros e últimos 10 minutos durante o entrosamento a distância entre cada criança uma da outra, até 1m, e ao aplicar a Análise de Redes Sociais (ARS)  exploraram padrões de associação das crianças.

Os resultados mostram que atividades de brincadeira livre foram efetivas em estimular a interação, coordenadas e cooperativas, entre os grupos com crianças até oito anos de idade.  Conclui-se, então, que encontros têm potencial para aplicar a intervenção educativa com capacidade de suavizar a evitação de grupos étnicos em crianças, mas precisam de novos contextos interativos para poder incluir crianças mais velhas e adolescentes.

Gabrielle Yukari Okamura Rocha

 

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