Interação com seres humanos pode ser benéfica para cães e lobos

Uma pesquisa de pós-doutorado do IPUSP buscou avaliar os efeitos do contato social regular de cães, lobos e lobos-guará com seres humanos e estabelecer um modelo de manejo social que seja benéfico para os níveis de bem-estar desses animais.

Uma pesquisa de pós-doutorado do IPUSP buscou avaliar os efeitos do contato social regular de cães, lobos e lobos-guará com seres humanos e estabelecer um modelo de manejo social que seja benéfico para os níveis de bem-estar desses animais. A autora, Angélica da Silva Vasconcellos, registrou as reações comportamentais e fisiológicas ‒ dosagem do cortisol salivar ‒ dos canídeos durante sessões de afagos e de comandos com os treinadores, e ainda caminhadas com desconhecidos.

O cortisol é um hormônio liberado em resposta a uma situação estressante, tendo a função de preparar o animal para uma situação de emergência (luta ou fuga). No entanto, em animais cronicamente estressados (por serem mantidos em cativeiro, sob condições inadequadas, por exemplo), a cascata de hormônios liberados, incluindo o cortisol, passa a ser danosa, podendo levar à queda do sistema imune, da reprodução, do crescimento, etc.

Os resultados sugerem efeitos de intensidades diferentes da interação de cães e lobos com humanos, mas as respostas de ambas as espécies indicam a mesma direção: maior interesse nas sessões de treino do que nas de afagos, redução das concentrações de cortisol durante as sessões de treino e aumento destas concentrações na presença de desconhecidos. “Assim”, conclui ela, “nossos estudos contribuíram para a discussão atual do processo que levou ao surgimento de habilidades de interação social de cães com animais de outras espécies, como a humana”.

Por Fernando Magarian
Edição e revisão por Islaine Maciel e Maria Isabel da Silva Leme

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Alfabetização – 2015, n. 1

É hora de falar sobre Gênero – 2016, n.2/3

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