A pesquisa teve por objetivo estudar a taxa de gêmeos da cidade de São Paulo. De forma pioneira, foram investigados os dados de nascimento de todos os gêmeos e múltiplos (trigêmeos ou mais) entre 2003-2014 em 140 hospitais da cidade (56 públicos e 84 privados). Diversos fatores que afetam a taxa de nascimento de gêmeos e múltiplos já foram estudados em outros países, dentre eles estão idade materna, maior IMC (índice de massa corporal) o grau de certos tipos de poluentes na atmosfera e também a reprodução assistida, entre outros fatores.
Os resultados indicaram que houve aumento do número de nascimento de gêmeos na cidade de São Paulo entre 2002 e 2014 de cerca de 30% (de 10.1 para 13.3 ‰), ao mesmo tempo em que houve diminuição do número de nascimento de partos singulares e de múltiplos. A taxa geral de gêmeos na cidade de São Paulo neste período foi 11.96‰ (sendo 4.4 ‰ univetilinos e 7.15‰ bivetilinos) e 0.36‰ de múltiplos.
Assim como outros estudos feitos anteriormente, os resultados indicaram a existência de um mecanismo fisiológico ligado à maior idade materna que leva a um aumento da taxa de nascimento de gêmeos e múltiplos, mas não de nascimento de únicos. Além disso, os dados avaliados demonstraram que existe maior chance de mulheres mais velhas terem filhos gêmeos bivitelinos (dizigóticos) em comparação com a chance de terem filhos gêmeos univitelinos, mesmo essa diferença sendo pequena.
Uma das explicações para maior taxa de gêmeos em mulheres mais velhas é que no final da idade reprodutiva elas liberam mais óvulos, o que leva a uma maior chance de gestação gemelar. Outra explicação é que as mulheres mais velhas recorrem às técnicas de fertilização, aumentando a probabilidade de nascimento de gêmeos e múltiplos.
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Um artigo de Emma Otta, Eloisa de S. Fernandes, Tiziana G. Acquaviva, Tania K. Lucci, Leda C. Kiehl, Marco A. C. Varella, Nancy L. Segal e Jaroslava V. Valentova.
Por Jonas Arantes Bueno