Revolução 4.0

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  • Post publicado:21/11/2019
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Entrevista especial do Instituto Humanitas UNISINOS On-line com Mario Sergio Salerno

 

Texto original disponível aqui.

 

“O que caracteriza o que vem sendo chamado de Revolução 4.0 — 4.0 rigorosamente é um nome quase que comercial ou uma manufatura avançada, como os americanos chamam — é o aproveitamento e a reunião de uma série de desenvolvimentos. Uma boa parte deles está relacionada ao poder computacional, ao sensoriamento, à internet das coisas e aos métodos computacionais para tratamento de grandes bases de dados, que são, basicamente, métodos estatísticos. Então, a junção dessas tecnologias é o que está na raiz do que se chama hoje de Revolução 4.0”, explica Mario Sergio Salerno à IHU On-Line.

Na entrevista a seguir, concedida por telefone, Salerno comenta a situação da indústria brasileira diante da Revolução 4.0 e frisa que ela está “atrasada”. “Como no Brasil não está havendo investimento novo, a perspectiva de que haja uma atualização tecnológica mais forte não está colocada, exceto em alguns serviços. Mas para a indústria, com exceções, isso não está colocado no horizonte próximo. O pior de tudo é que, do ponto de vista dessa geração de tecnologia de empresas que produzam equipamentos, sistemas, softwares ou qualquer coisa ligada à manufatura avançada, nós estamos muito, muito fracos, pois não existe um programa de apoio a esse tipo de desenvolvimento no país”, afirma.

Apesar dos avanços da Revolução 4.0, Salerno pontua que “ao mesmo tempo, temos que tomar um certo cuidado, pois tem muita onda em torno da Revolução 4.0 e também tem muito interesse comercial por trás disso”. A 4.0, adverte, “é praticamente uma marca da indústria de máquinas alemãs, que conta com o apoio do governo alemão. Não é uma panaceia, ninguém vai ficar pior ou melhor hoje por conta disso. Essas tecnologias se difundem muito devagar e com investimento novo”.

Salerno também reflete sobre as implicações que a Revolução 4.0 poderá gerar nas relações de trabalho e menciona que alguns setores provavelmente serão mais impactados que outros. “Advogados têm mais chance de serem impactados pela Revolução 4.0 do que os encanadores, porque uma parte do trabalho dos advogados pode ser codificada com grandes bases de dados e tratamento estatístico, mas o trabalho do encanador, não. Uma parte do trabalho dos médicos, dos engenheiros e de outros setores poderia ser impactada. Por outro lado, tem uma possibilidade de oferta quase infinita de serviços, e a oportunidade de negócios e de geração de outros tipos de empregos também parece muito grande”, conclui.

 

Mario Salerno | Foto: IEA/USP

 

Mario Sergio Salerno é graduado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP, mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutor em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP. É professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, onde coordena o Laboratório de Gestão da Inovação. É coordenador do Observatório da Inovação e Competitividade do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Confira a entrevista.

 

IHU On-Line — Como compreende o fenômeno da Revolução 4.0?

Mario Sergio Salerno — O que caracteriza o que vem sendo chamado de Revolução 4.0 — 4.0 rigorosamente é um nome quase que comercial ou uma manufatura avançada, como os americanos chamam — é o aproveitamento e a reunião de uma série de desenvolvimentos. Uma boa parte deles está relacionada ao poder computacional, ao sensoriamento, à internet das coisas e aos métodos computacionais para tratamento de grandes bases de dados, que são, basicamente, métodos estatísticos. Então, a junção dessas tecnologias é o que está na raiz do que se chama hoje de Revolução 4.0. Há mais coisas envolvidas nisso, mas a mecânica fina e a robótica, por exemplo, já são assuntos mais conhecidos. Então, essa revolução está relacionada ao poder computacional e à possibilidade de manipular grandes bases de dados, isto é, de gerar grandes bases de dados integrando quase tudo que se consiga sensoriar.

O que vem sendo rotulado de 4.0 ou manufatura avançada é algo muito mais hierárquico, ou seja, trata-se de um computador que dá uma ordem para uma máquina, a qual executa uma atividade — é isso que se chama de Manufatura Integrada por Computador – CIM. Vou explicar como isso funciona a partir do seguinte exemplo: quando se projeta uma peça em um sistema gráfico e de engenharia no computador, é gerado um programa de comando numérico, e esse programa é enviado para a máquina, que começa a operar. Logo, esse é um sistema que vem de cima para baixo. Hoje temos a possibilidade, dado o poder computacional e a evolução do sensoriamento, de articular máquinas horizontalmente, e não só verticalmente, e fazer a informação de baixo para cima também. Entretanto, há muito mais promessa do que realidade em relação à Revolução 4.0, porque pode demorar muito tempo para essa revolução se concretizar, já que isso também depende do custo e de outros fatores. Mas mudanças importantes estão à vista, sim.

 

IHU On-Line — Pode explicar melhor como se dá essa relação hierárquica entre as máquinas? Um robô sabe o que o outro está fazendo para saber qual será o passo seguinte num determinado processo?

Mario Sergio Salerno — Vou citar um exemplo: é possível rastrear mais facilmente o que está acontecendo num determinado processo, então, conforme um evento acontece em uma máquina, a outra já pode receber um comando, porque ela fica sabendo horizontalmente o que se passa. Vamos imaginar a mecânica: tem uma peça de metal que está sendo produzida em determinada fábrica. Essa peça foi projetada por um sistema computacional, com isso temos o projeto dessa peça, temos o programa de produção da peça, e esse programa desce para o local de produção. O programa começa a acumular dados de como acontece efetivamente a produção e consegue interpretar que se, por exemplo, o desenho da peça for modificado, é possível ter vários ganhos. Então, essa informação que vem de baixo para cima acaba modificando o projeto da peça para facilitar a produção. Mas provavelmente o grande campo da Revolução 4.0 está fora da fábrica, pois toda essa parte de Big Data, de grandes bases de dados, tratamentos estatísticos, aprendizagem de máquinas e inteligência artificial se desenvolvem fora do local fabril.

 

IHU On-Line — Qual é a situação do Brasil no cenário da Revolução 4.0 em comparação com outros países? Quais são as dificuldades do país em avançar na área tecnológica?

Mario Sergio Salerno — A indústria brasileira é bem atrasada desse ponto de vista — e de alguns outros também. Sempre há exceções, mas, ao mesmo tempo, temos que tomar um certo cuidado, pois tem muita onda em torno da Revolução 4.0 e também tem muito interesse comercial por trás disso. A 4.0 é praticamente uma marca da indústria de máquinas alemãs, que conta com o apoio do governo alemão. Não é uma panaceia, ninguém vai ficar pior ou melhor hoje por conta disso. Essas tecnologias se difundem muito devagar e com investimento novo.

Como, no Brasil, não está havendo investimento novo, a perspectiva de que haja uma atualização tecnológica mais forte não está colocada, exceto em alguns serviços. Mas, para a indústria, com exceções, isso não está colocado no horizonte próximo. O pior de tudo é que, do ponto de vista dessa geração de tecnologia de empresas que produzam equipamentos, sistemas, softwares ou qualquer coisa ligada à manufatura avançada, nós estamos muito, muito fracos, pois não existe um programa de apoio a esse tipo de desenvolvimento no país. Em São Paulo existe a Fapesp, que lançou um edital para procurar aproximar, de modo direcionado, universidades e empresas, mas, rigorosamente, não existem empresas. Então, não temos problemas de pesquisa universitária mais básica. O problema de transformar isso em tecnologia aplicada e negócio ocorre porque o agente que faz isso — a empresa — é fraco.

 

IHU On-Line — De onde vem essa dificuldade das empresas brasileiras?

Mario Sergio Salerno — Isso é histórico no Brasil. O país só começou a ter alguma indústria quando a Família Real Portuguesa veio para cá, em 1808, pois até então era proibido ter indústria no Brasil. A Revolução Industrial já tinha acontecido há décadas na Inglaterra e aqui não existiam indústrias. A indústria no país é relativamente recente e foi impulsionada à época do governo Juscelino Kubitschek, mas para possibilitar uma industrialização muito rápida, houve uma política de desfavorecer as empresas estrangeiras — isso em si não é um problema, talvez como foi feito tenha sido um problema —, e o Brasil virou um local de produção, e não de desenvolvimento de produtos e de tecnologia. Isso perdura, grosso modo, até hoje, com exceção da área de cosméticos, com empresas como a Natura e o Boticário, da área farmacêutica que está evoluindo e da área de celulose. Mas o grosso da indústria brasileira não tem os centros decisório e tecnológico aqui, então ela é, praticamente, “demandante”, importadora e licenciadora de tecnologias de fora. Logo, quando ocorre uma mudança tecnológica, o Brasil fica para trás. Foi assim com a eletrônica, pois o país não conseguiu entrar no desenvolvimento de produtos nessa área. Aliás, o Brasil é fraquíssimo nessa área, praticamente não existe indústria de componentes eletrônicos no país.

 

O fato de não haver centro de tecnologia no Brasil implica que o grau de inovação é mais baixo e, se o grau de inovação é mais baixo, a produtividade é menor, a dinâmica da indústria é menor e assim por diante

 

A Zona Franca de Manaus piora o quadro porque ela incentiva a que não haja produção de componentes no país. Como tudo é feito em Manaus, como a montagem de importados, isso não estimula a indústria a investir e tem reflexo no agregado da economia. Esse é um problema de difícil solução, mas é um problema real. Portanto, a indústria é atrasada por vários fatores, entre eles, o fato de a produtividade do Brasil estar estagnada a muito tempo. Enfim, é uma situação relativamente crítica, pois não tem nenhuma política pública mais orquestrada para tentar impulsionar um pouco a inovação. O fato de não haver centro de tecnologia no Brasil implica que o grau de inovação é mais baixo e, se o grau de inovação é mais baixo, a produtividade é menor, a dinâmica da indústria é menor e assim por diante.

 

IHU On-Line — Em quais setores da indústria brasileira a Revolução 4.0 já é uma realidade?

Mario Sergio Salerno — Não sei responder. Primeiro seria preciso ter uma longa conversa para compreendermos como se mede a Revolução 4.0. Não existe um pacote pronto ao qual podemos nos referir para apontar e afirmar que todo o processo está atrelado à Revolução 4.0, principalmente na indústria metalúrgica, que é mais conhecida. Logo, uma parte do processo pode funcionar de uma forma e outra parte, de outra.

Por exemplo, nos anos 1990 visitei uma fábrica de automóveis, na França, que estava produzindo um carro que estava tendo muito sucesso. A armação da carroceria desse carro, a solda que fecha as partes da carroceria, era extremamente automatizada. Esse carro fez tanto sucesso que começou a ter uma demanda maior do que a capacidade da fábrica de produzi-lo. Para resolver o problema, o que a empresa fez? Chamou os soldadores aposentados de volta. Eles construíram cavaletes de madeira, que é uma tecnologia dos anos 1950, colocavam as peças nos cavaletes e as soldavam à mão, ao lado do processo robotizado. Ou seja, dois processos de produção estavam convivendo, e é assim que funciona em muitas empresas. Esse processo é menos misturado na indústria química e petroquímica, mas nessa indústria os controles automáticos são difundidos, são quase que inerentes, caso contrário não dá para produzir.

 

IHU On-Line — Diante do avanço da Revolução 4.0, uma das preocupações que surgem é em relação ao emprego. Entretanto, os pesquisadores da área divergem acerca de quais serão as consequências dessa modificação no mundo do trabalho. Na sua avaliação, o que deve mudar nas relações de trabalho com a Revolução 4.0?

Mario Sergio Salerno — A Revolução 4.0 tem um impacto potencial enorme, sim, mas é impossível medir isso agora, porque tudo depende de como vai se dar o seu desenvolvimento, com qual velocidade, com quais salvaguardas sociais etc. Tem umas equipes que tradicionalmente fazem esse tipo de análise de “futurologia”, considerando que se tudo fosse igual a hoje, do ponto de vista das relações sociais, dos contratos de trabalho, dos acordos sindicais, e houvesse uma difusão de tecnologia de manufatura avançada, que é um pouco mais do que a indústria 4.0, usando base de dados, biotecnologia aplicada, fotônica, mais de 40% dos empregos nos Estados Unidos seriam perdidos. Entretanto, sempre se fez esse tipo de análise muito catastrófica, mas essa realidade nunca se realizou, porque a sociedade reage.

O diferente, talvez, na onda atual, é o potencial de se atingir não só profissões ou atividades pouco qualificadas, mas também profissões muito qualificadas. Por exemplo, fizemos um seminário na USP com pesquisadores de aprendizagem de máquinas, que é um ramo da inteligência artificial que trabalha com muitos dados, os quais consideram que advogados têm mais chance de serem impactados pela Revolução 4.0 do que os encanadores, porque uma parte do trabalho dos advogados pode ser codificada com grandes bases de dados e tratamento estatístico, mas o trabalho do encanador, não. Uma parte do trabalho dos médicos, dos engenheiros e de outros setores poderia ser impactada. Por outro lado, tem uma possibilidade de oferta quase infinita de serviços, e a oportunidade de negócios e de geração de outros tipos de empregos também parece muito grande.

 

IHU On-Line — Quais tipos de empregos?

Mario Sergio Salerno — Fazendo um pouco de “futurologia”, por exemplo, vamos considerar os carros autônomos — eu não acredito que esses carros terão algum uso razoável nos próximos 30 anos, pois só o sensor que vai em cima deles custa 70 mil dólares. Trata-se de uma brincadeira tecnológica legal, mas não é para difusão em massa. Agora, existem outras tecnologias nos carros às quais já temos acesso, como, por exemplo, um computador, através do qual podemos nos conectar com o celular. O que fazemos com os computadores que temos em casa? Compramos ingressos de cinema, reservamos restaurantes etc. A partir da internet das coisas, uma série de tecnologias podem se comunicar ou saber onde cada um está; por exemplo, já existem sistemas desse tipo nos celulares, pois se alguém está num lugar, aparece no sistema do celular uma mensagem informando onde a pessoa está e perguntando que avaliação ela faz do local. Isso vai criando uma base de dados com informações sobre o que a pessoa usa e gosta, e o sistema vai informando a ela sobre produtos e serviços desse tipo. Nesse sentido, é possível oferecer uma série de serviços, como entretenimento e serviços em geral, que não estão tão associados à indústria, mas que estão ligados ao automóvel, por exemplo.

A questão é que é possível haver uma disputa por quem irá controlar esse tipo de serviço. Será a indústria automobilística que vai permitir ou não que se acesse o sistema do carro? Esse processo será mais livre? Qualquer um poderá fazê-lo? Então no futuro, esse tipo de tecnologia terá uma difusão mais rápida.

 

Uma única empresa de internet das coisas americana tem dois mil engenheiros trabalhando com software e hardware

 

IHU On-Line — Qual é a situação da mão de obra brasileira, considerando o cenário da Revolução 4.0? Ela dá conta das demandas postas pela mudança tecnológica?

Mario Sergio Salerno — Não. Se tivesse que escolher uma formação para incentivar, eu apostaria na Engenharia de Computação, nas Ciências da Computação. O Brasil tem pessoas formadas nessas áreas, mas ainda é muito pouco. Uma única empresa de internet das coisas americana tem dois mil engenheiros trabalhando com software e hardware. Nós formamos quantos engenheiros de computação no Brasil? Na ordem de centenas, e olhe lá. Portanto, ainda precisamos investir muito para que se consiga gerar aqui esses negócios, porque isso gira a economia, dá empregos etc. Do contrário, usaremos apenas aplicativos feitos fora do país e não geraremos nenhum emprego.

 

IHU On-Line — Qual o papel das universidades nesse processo?

Mario Sergio Salerno — As universidades têm uma função básica, a qual é frequentemente esquecida, que é a de formar pessoas. A principal função da universidade é formar pessoas bem preparadas do ponto de vista básico. Não é formar pessoas para trabalhar em determinado emprego; é formar pessoas para que consigam se mexer na profissão, acompanhando a evolução da profissão, independente da empresa em que vão trabalhar, porque o que é específico da empresa, a pessoa aprende na empresa.

Outra coisa que algumas universidades podem fazer é avançar em pesquisa, mas não adianta ter pesquisa universitária se não tiver empresas que transformem essa pesquisa em negócio, em faturamento, pois inovação se realiza no mercado e não na pesquisa acadêmica em si. É ótimo ter ciência e pesquisa acadêmica, mas a ciência por si só não puxa o negócio; é preciso ter o agente que faz o negócio, e o agente que faz negócios na nossa sociedade é a empresa. Então, sem um tecido empresarial forte, não vamos ir para a frente.

 

Sem um tecido empresarial forte, não vamos ir para a frente

 

IHU On-Line — Como o Brasil deveria se preparar para a Revolução 4.0?
Mario Sergio Salerno — Primeiro, o Brasil tem que dar um “banho” de educação; isso é importante para qualquer revolução. Estamos melhorando em educação, mas estamos melhorando lentamente. Alguns estados estão dando um show, como o Ceará, que melhorou sua educação básica. Outros estados estão relativamente estagnados, como São Paulo e Rio Grande do Sul. Não teremos bons engenheiros de computação se eles forem semianalfabetos, se não souberem fazer as quatro operações, se não tiverem raciocínio abstrato, que é desenvolvido desde o primário. Isso é algo que precisa ser cuidado.

As universidades precisam focar, sim, porque o recurso é escasso, mas eu não acho que toda universidade tem que ser uma universidade de pesquisa; isso mais atrapalha o Brasil do que ajuda. Poderíamos ter excelentes universidades cujo princípio seja formar pessoas, como existe na França, na Itália, nos EUA, e faz pesquisa quem consegue. Hoje se não se faz pesquisa nas universidades brasileiras, cai o status da universidade. Isso é ruim, porque o custo da formação sobe muito, e é possível reduzir o custo em formação sem obrigar todos a fazerem pesquisa.

Eu investiria em programas de inovação articulados a demandas, coisa que os EUA fazem excepcionalmente bem, e a Europa também aprendeu a fazer. Por exemplo, se tem uma demanda qualquer, como a produção de uma vacina para Zika, o Ministério da Saúde poderia fazer um edital dizendo que comprará uma quantidade de vacinas durante dez anos, e isso possibilita o negócio, gera desenvolvimento. Quando o Brasil fez isso no programa de satélite, conseguiu alguma coisa, mas isso é feito de forma descontinuada no país; e quando o programa é descontinuado, as empresas quebram. Essas coisas precisam ser constantes, isso oxigena o tecido industrial e a inovação na empresa. É isso que se vê nos países que vão para frente com inovação. Esse é um dos motores básicos que incentivam o desenvolvimento da tecnologia 4.0 na Alemanha, nos EUA, na China, que têm foco estatal direcionado não para escolher “campeões nacionais”, mas para escolher tecnologias a serem desenvolvidas e necessidades do país que precisam ser supridas.

 

Por: Patricia Fachin e Ricardo Machado | 09 Outubro 2017