Motivações inconscientes atuam na escolha dos nomes dos filhos

Para um adulto, seu nome é capaz de representar mais do que uma identificação

Para um adulto, seu nome é capaz de representar mais do que uma identificação. Às vezes, o indivíduo se reconhece de tal maneira em seu nome que este acaba fazendo parte de sua própria personalidade. Carmem Sílvia Carvalhaes de Oliveira, pesquisadora do IPUSP, buscou mostrar em sua dissertação de mestrado que os fatores que influenciam essa representação têm início muito cedo, já na escolha dos nomes dos filhos pelos pais.

Segundo Carmem, o nome dado à criança representa uma inscrição na família, além de ser símbolo do nascimento. Sua pesquisa teve como objetivo principal a reflexão sobre as motivações inconscientes que atuam na escolha dos nomes próprios dos primogênitos pelas gestantes, a fim de observar o lugar que esse filho vai ocupar na família atual e na cadeia geracional.

Foram realizadas entrevistas semidirigidas com cinco gestantes e, além disso, foi solicitado que as mulheres realizassem um genograma psicanalítico. Trocas de nomes e outros erros foram vistos como atos falhos. Os genogramas forneceram informações dos legados familiares e a perspectiva do novo, perante o bebê.

Os resultados obtidos demonstraram que os nomes dados aos filhos têm associação com o legado familiar, com o mecanismo de transmissão psíquica e com os conflitos intergeracionais. A escolha do nome do bebê ocorreu em função de desejos, expectativas e conflitos próprios do pai, da mãe ou de ambos. O ato de nomear os filhos com o sobrenome é também uma das formas de assumir a parentalidade, assim como de inserir a criança em sua continuidade geracional e social.

Pesquisa de Carmem S. C. de Oliveira – clique aqui

Por Ana Carla Bermúdez
Edição e revisão por Islaine Maciel e Maria Isabel da Silva Leme

Clique nas imagens para folhear as revistas psico.usp

Alfabetização – 2015, n. 1

É hora de falar sobre Gênero – 2016, n.2/3

 

VOCÊ PODE GOSTAR ...