Um atendimento chamado CONFAD: Uma pequena história

18/12/2020

O CONFAD é uma atividade específica de atendimento a pessoas em situação de violência corrente ou anterior. Foi concebido como uma alternativa para a atenção primária e integra-se ao atendimento geral de crianças, adultos e idosos, homens ou mulheres do Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa, ou CSE Butantã.

Este é um espaço em que se articulam pesquisa, assistência e ensino, e por isso também recebemos e formamos profissionais de saúde provenientes de diferentes áreas de graduação e em estágio da Residência de Medicina da Família e Comunidade e da Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva, assim como outros estudantes e interessados de outros cursos da USP.

CONFAD é uma sigla que significa “Conflitos Familiares Difíceis”. Chamar o atendimento de “Conflitos familiares difíceis” foi uma estratégia para ampliar o acesso, tornando mais fácil para os usuários se identificarem: afinal, conflitos familiares, “todo mundo tem”. Por outro lado, o nome não restringe o atendimento apenas a mulheres em situação de violência, ainda que a proposta tenha origem em pesquisas voltadas para as mulheres em situação de violência.

Sua criação data dos anos 1994-99 junto às pesquisas dos Projetos Integrados de capacitação e pesquisa de tecnologias para atendimento a mulheres em situação de violência (I, II e III), apoiados pela fundação FORD cuja ementa encontra-se em Pesquisas.

No CONFAD, atendemos majoritariamente casos de violência contra mulheres, destacando-se a violência por parceiro íntimo, mas também atendemos diversos casos de violência doméstica e familiar, tanto contra idosos, contra crianças, homens ou mulheres que sofreram violência sexual, e, algumas vezes, agressores. A atividade  consiste na detecção dos casos por todos os profissionais do serviço, e no encaminhamento para um acolhimento específico. Este dura cerca de uma hora e são realizadas, normalmente, cerca de 2 sessões podendo chegar até 4.

Qualquer profissional de saúde pode conduzir a atividade, desde que devidamente capacitado. Para tanto é fundamental a compreensão de gênero como determinante sócio-cultural da saúde, e o conhecimento da rede intersetorial de enfrentamento à violência contra as mulheres e seu funcionamento. Para além do seguimento na própria unidade é imprescindível o trabalho em conjunto com a rede intersetorial de serviços de enfrentamento à violência contra as mulheres. Lembre-se que você acessa essa rede pelo nosso GUIA DE SERVIÇOS ATUAL.

Esta proposta de trabalho, também vem sendo multiplicada em outras unidades de saúde, como por exemplo no Centro de Saúde Escola Alexandre Vranjac (da Barra Funda), como você poderá ver nos sites indicados abaixo e tem sido recomendada também em alguns manuais da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

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