Um pouco de história, um pouco de memória

27/03/2017

Criada em 1994, a linha de pesquisa em violência e gênero nas práticas de saúde derivou de um programa de trabalho de caráter interdisciplinar no estudo da relação saúde e sociedade. O programa correspondeu a uma parceria, original à época no meio acadêmico, entre o Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e a ONG Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde (CFSS).

Financiada pela Fundação FORD, de 1994 a 1999, incluía o desenvolvimento de cursos de capacitação para atendimento a mulheres em situação de violência e pesquisas sobre a ‘atenção integral’ à saúde da mulher em nível de atenção primária, valendo-se de investigações em serviços de saúde – pela USP, no Centro de Saúde Escola Samuel B. Pessoa (antigamente chamado Centro de Saúde do Butantã) e pelo CFSS, no próprio Coletivo.

Como produtos surgiram: novos modelos de assistência e tecnologias de trabalho para a atenção primária à saúde; desenvolvimento de materiais educativos; materiais de ação social e de materiais técnicos na saúde  para o enfrentamento da violência.

A linha de pesquisa inscreveu-se junto a outras, no grupo de pesquisa Necessidades, práticas e profissionais em Saúde em abordagem interdisciplinar, oficializado junto ao CNPq (1994-2018).

Em sua emergência configurou-se, desde seu início, na tríade: conhecimento científico/pesquisa; treinamentos/capacitações e desenvolvimento de material educativo; ação social e protocolos de atenção integral.

Desta tríade, firmou-se uma modalidade de pesquisa que até os tempos atuais sempre se acompanha de ações educativas e de intervenção social no campo da Saúde, produzindo bibliografia acadêmica, tais como artigos, livros/capítulos de livros ou teses, bibliografia técnica, tais como protocolos de atenção integral às mulheres em situação de violência no âmbito da saúde e  materiais educativos para os profissionais de saúde e da rede intersetorial de atendimento e enfrentamento da violência contra a mulher, tais como as cartilhas e jogo interativo didático, além de material de interesse tanto para os profissionais como para as próprias mulheres  e demais interessados, tais como os Guias de serviços e bibliografias de difusão cultural.

Querendo compreender um pouco mais em termos de sua historiografia, siga nossa linha do tempo.