1º COLÓQUIO DE EDUCAÇÃO E INTERSETORIALIDADES

Universidade de São Paulo – Agosto e Setembro de 2025

O 1º Colóquio de Educação e Intersetorialidades da USP tem como objetivo promover o diálogo entre práticas concretas desenvolvidas em diferentes territórios do Brasil e a produção acadêmica comprometida com a efetivação dos direitos humanos, da democracia participativa e da justiça social.

A partir do mapeamento nacional coordenado pelo Ministério da Educação em 2024, foram selecionadas cinco experiências de destaque, que ilustram distintos modos de articular a educação com outras políticas públicas – como saúde, assistência social, cultura, planejamento e segurança alimentar – em ações intersetoriais orientadas pelo compromisso com o território, a equidade e a participação social.

O colóquio será organizado em cinco encontros, cada um dedicado a uma experiência, com aprofundamento metodológico, análise política e comentários de pesquisadoras e pesquisadores convidados. O evento reconhece as práticas como formas legítimas de produção de conhecimento e como estratégias potentes de resistência, inovação e incidência pública.

Ao reunir universidade, gestores públicos, movimentos sociais e experiências de base, o colóquio afirma a intersetorialidade não apenas como ferramenta de gestão, mas como ética do cuidado, do diálogo e da corresponsabilidade. Trata-se de um espaço para reconhecer, sistematizar e projetar práticas que reinventam o papel da educação na garantia de direitos e na transformação dos territórios.

 

Eixos Transversais do Colóquio:

  • A educação como articuladora de redes e políticas públicas;
  • Intersetorialidade como fundamento da gestão democrática;
  • Currículo, território e participação comunitária;
  • Governança, planejamento e sustentabilidade institucional;
  • Tensionamentos, descontinuidades e reexistência de práticas em contextos de instabilidade.

 

PROGRAMAÇÃO:

20 de Agosto (Presencial e On line)

 

Encontro 1 – ABERTURA

Mesa de Abertura: Profª Sônia Kruppa (USP), Prof. Marco Akerman (USP) e Gesuína Leclerc (MEC – SASE)

Experiência: Almirante Tamandaré (PR) – Educação como Política Intersetorial: Currículo Vivo, Rede de Proteção e Mobilização Comunitária

Apresentação: Jucie Parreira

Professor debatedor: Profª Sônia Kruppa (USP)

A experiência de Almirante Tamandaré reúne três pilares integrados: a construção participativa de um currículo territorializado, a consolidação da rede intersetorial de proteção às infâncias e juventudes (Times da Defesa) e a Caravana da Educação, que percorre os territórios promovendo escuta, formação e fortalecimento dos vínculos entre escolas, famílias e instituições públicas. Com forte base comunitária, a política educacional do município se organizou como um verdadeiro sistema intersetorial de garantia de direitos.

Foco: A intersetorialidade como fundamento da política curricular, do cuidado e da mobilização social.

 

27 de Agosto (On line)

Encontro 2- Horizonte (CE)- Governança Intersetorial como Estratégia de Gestão Municipal: um recorte para a Política de Igualdade Racial.

Apresentação: Rita de Cássia Martins Enéas Moura

Professor debatedor: a definir

O Projeto Beija-Flor articula, desde 2009, diversas políticas públicas no município de Horizonte, integrando saúde, educação, assistência social, cultura, meio ambiente, esporte e segurança alimentar. Coordenado pelo Gabinete do Prefeito, o projeto instituiu um comitê intersetorial, indicadores sociais e metodologias participativas que mobilizam equipamentos públicos e conselhos locais. É um exemplo consolidado de governança democrática e planejamento integrado.

Foco: Intersetorialidade institucionalizada como modelo de gestão pública e territorial.

 

03 de Setembro (On line)

Encontro 3 – Uberaba (MG) – Planejamento, Indicadores e Gestão Integrada: Intersetorialidade e Valor Público

Apresentação: Juliana Bernardi Petek

Professor debatedor: a definir

A experiência de Uberaba se ancora nos sete pilares do programa federal Gestão.Gov para articular educação, assistência, saúde e planejamento no município. A proposta fortalece a governança pública por meio de indicadores, diagnósticos e monitoramento de ações integradas, promovendo racionalidade na gestão sem abrir mão do compromisso com o território.

Foco: Gestão baseada em dados e intersetorialidade como instrumento de valor público.

 

10 de Setembro (On line)

Encontro 4 – Ribas do Rio Pardo (MS) –  Territórios Educativos e Participação Social: A Experiência do Projeto TEAR

Apresentação: Nizael Flores de Almeida

Professor debatedor: Professor Doutor Robson Costa (pesquisador  pós-doutorando – FE Unicamp)

A proposta TEAR organiza a rede de ensino de Ribas do Rio Pardo por territórios educativos, a partir de diagnósticos participativos, escuta ativa e articulação intersetorial com as políticas públicas locais. A experiência valoriza a autonomia das escolas, o planejamento conjunto com a comunidade e o vínculo entre gestão pedagógica e realidade social.

Foco: A intersetorialidade vivida no chão da escola e nos territórios como construção comunitária.

 

17 de Setembro (On line)

Encontro 5 – Entre Políticas Interrompidas e Redes Mobilizadas: O Esporte como Direito

Apresentação: Rejane Penna Rodrigues

Professor debatedor: Profº Dirceu – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Mesmo descontinuada por mudanças políticas federais, a experiência iniciada com apoio do Ministério do Esporte demonstrou a potência do lazer e da juventude como catalisadores de ação intersetorial. A ativação de redes locais gerou aprendizados importantes sobre mobilização, participação e o desafio da continuidade das políticas públicas em contextos de instabilidade institucional.

Foco: Tensionamentos e reexistência na intersetorialidade. O que permanece quando a política oficial falha?