Texto por: Amanda Marongoni e Júnior Vieira
O entrevistado Sidney Lucas, funcionário da manutenção elétrica do Instituto de Psicologia, fala sobre os homenageados do “Retratos da USP”, projeto inspirado no “Humans of New York” – @humansofny, prestando homenagem à diversidade da Universidade de São Paulo
Entrevistado, Sidney Lucas | Foto: Júnior Vieira
“Eu gosto muito de tocar cavaquinho e violão. O artista que mais gosto de ouvir é o Martinho da Vila. E aí eu sempre treinava aqui e chamava a turma para tocarmos juntos. Éramos quatro componentes, mas perdemos três. Um era o Luizão e o outro era o Jairo, que vendia livros ali.
Então peguei um dia desses e fiz uma brincadeira: ‘Vou chamar uma galera pela internet’. Peguei um aluno lá que eu conheço, chamei ele e falei: ‘Vamos fazer uma homenagem às pessoas que faleceram. Principalmente ao Jairo, Luizão e a Edila. Vamos pedir para eles colocarem na folha da USP”. Também chamei as pessoas pela internet: ‘Quem sabe tocar, traga seu equipamento. Quem quiser ensaiar aparece na manutenção’. Quando penso que não, chegaram logo umas cinco pessoas.
Marquei uma festa, falei para todos marcarem a data no celular e chamar os amigos, avisei que chamarei os mais antigos. O projeto era para 40 pessoas, o horário era das 18h às 22h. Apareceram umas 300 pessoas. Eu tinha programado cinco tocadores, teve 27. Quando deu 22h, disseram que ia ter que parar, eu peguei o microfone e disse: ‘O samba só para quando terminar. E só tá começando’. O samba foi muito bom, todo mundo gostou, as pessoas antigas que vieram. Parei e falei: ‘A gente está homenageando o Luizão, a Edila e o grande Jairo. Vamos fazer uma salva de palmas aqui pros três’. Foi uma coisa marcante, todo mundo bateu palma e cantou.
Foi esse ano, há uns quatro meses. Foi bem legal, a turma está querendo repetir, mas como a pandemia tá voltando, a galera já tá ficando meio tensa. A diretora [de Psicologia] ia financiar a festa para nós, ia ser no dia 16, na Festa de Natal. Mas ela vetou por questão de segurança com a covid-19 voltando.” contou emocionado Sidney Lucas, funcionário da manutenção elétrica do Instituto de Psicologia da USP.
