BALBÚRDIA APRESENTA: Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE)

Reunião dos membros do GPEAFE no IB-USP. Créditos: Imagem cedida pelo GPEAFE.

Integrantes do GPEAFE

Rosana Louro Ferreira Silva
Carla Andrea Moreira
Nathália Formenton da Silva
Aline Vieira Pinto Belintani
Beatriz Vieira Freire
Hector Barros Gomes
Helena Moreira Pacca
Karina Ambrosio Claro
Maria Paula Reis
Melissa Botelho
Patrícia Mie Matsuo
Paulo Bueno Guerra
Renata Fermino Novais

18 de julho de 2022 | 10:00

Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE): construção colaborativa e articulações entre Pesquisa, Extensão e Ensino

Este trabalho tem por objetivo expor o histórico, constituição, formas de trabalho, e as ações de Ensino, Pesquisa e Extensão do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Formação de Educadores (GPEAFE).

O grupo foi criado em 2010 e registrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq em 2013 e possui sede no departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. O grupo assume três linhas de pesquisa principais: i) articulações entre educação ambiental, biodiversidade e ensino de zoologia; ii) formação de educadores em processos colaborativos; iii) mídia e educação ambiental. O GPEAFE foi fundado e é coordenado pela professora Rosana Louro Ferreira Silva, e atualmente tem em sua constituição quatro pesquisadores/as de doutorado, quatro de mestrado, duas de mestrado profissional, três de iniciação científica, duas bolsistas de treinamento técnico, além de professores de educação básica colaboradores, uma técnica e dois doutores já formados que colaboram com as ações. Mesmo entre os pós graduandos, vários são professores da educação básica, propiciando uma articulação entre pesquisas e práticas desde a constituição de seus membros. As fotos que acompanham esse texto mostram alguns de seus componentes em reuniões semanais.

Reunião dos membros do GPEAFE no IB-USP. Créditos: Imagem cedida pelo GPEAFE.

O grupo se reúne semanalmente, discutindo textos, analisando e validando dados, apresentando prévias de qualificação de dissertações e teses, preparando formações, entre outras. Além das reuniões semanais, os componentes do grupo trabalham em projetos específicos de investigação, que serão descritos a seguir, e que possuem reuniões próprias. Além dessa dinâmica para as ações de pesquisa, o grupo se articula para oferecer cursos de formação continuada regulares, do qual se destaca a formação ministrada anualmente durante o Encontro USP-Escola. Os ministrantes do curso, integrantes do GPEAFE, são desafiados a encontrar elementos de suas pesquisas que possam ser inovadores na construção de práticas docentes juntamente com os professores em formação continuada, os quais geralmente são oriundos de escolas públicas de São Paulo e região. Além dos Encontros USP-Escola, o GPEAFE atua em outras ações formativas, voltadas à professoras e professores e a profissionais de espaços educadores não formais, por exemplo, os zoológicos e Unidades de Conservação. 

Para além de trabalhos de formação que o grupo desenvolve, também tem acumulado uma rica produção de publicações científicas, de divulgação científica e de materiais e recursos midiáticos voltados para a Educação Ambiental e para o ensino de Ciências. A produção científica é de grande importância tanto para cada membro do grupo, individualmente em termos de currículo, quanto para o grupo em si, coletivamente, o que potencializa nossa aprendizagem, experiências e trocas entre todas e todos nós.

Grupos de pesquisa geralmente são norteados pelo que chamamos de referencial teórico, ou seja, o que é teorizado e utilizado como base para desenvolvimento de pesquisas e práticas. Assim, em nossas atuações e práticas formativas, contemplamos os cinco elementos de formação de professoras(es), que podem ser resumidos assim: i. Assumir um forte componente prático; ii. Valorizar a experiência dos profissionais; iii. Incluir a dimensão pessoal da profissão docente; iv. Incentivar o trabalho em equipe; e v. Marcar o princípio de responsabilidade social. O GPEAFE também se apoia na perspectiva crítica de Educação Ambiental, que entende o processo educativo como elemento de transformação social, baseado no diálogo, no exercício da cidadania e no fortalecimento dos sujeitos, privilegiando a dimensão política das questões socioambientais. Tendo como base essa perspectiva transformadora, abordagens participativas assumem papel central. Nesse sentido, os referenciais da aprendizagem social nos permitem ter o embasamento necessário para ações e investigações pautadas no diálogo e nas relações horizontais com os participantes, o que está em sintonia com nossas trajetórias de pesquisa. 

Como em outros laboratórios, o nosso atua principalmente por meio de grandes projetos de pesquisa, que articulam os trabalhos individuais em temáticas de pesquisa mais abrangentes, possibilitando investigar questões mais amplas e articuladas. Os projetos, coordenados pela líder do grupo de pesquisa, também têm forte componente social, uma vez que se volta à parceria com gestores públicos que atuam com educação ambiental. O projeto "Educação ambiental e gestão de Unidades de Conservação do Estado de São Paulo: articulação de saberes na construção de comunidades de aprendizagem" possui financiamento do programa BIOTA da FAPESP e se desenvolve em parceria com a Fundação Florestal do Estado de São Paulo e com o laboratório de Ciência Cidadã da UFABC. Já o projeto "Ensino de Ciências em articulação com os objetivos do desenvolvimento sustentável: um estudo de caso na Rede Municipal de São Paulo" é financiado pelo programa Ciência na Escola do CNPq e se desenvolve em parceria com o Núcleo de Educação Ambiental da Secretaria Municipal da Educação de São Paulo. O grupo também participa de projetos com outras coordenações, relacionados ao entendimento do campo da educação ambiental, como o "Configurações da dimensão política no discurso materializado em dissertações e teses de Educação Ambiental".

Para cada um de seus membros o grupo possui um significado formativo particular. Em uma oficina de narrativas sobre a importância do grupo para seus integrantes, construímos a nuvem de palavras mostrada abaixo. 

Nuvem de palavras construída a partir de narrativas dos integrantes do GPEAFE (Construída com auxílio do programa https://wordart.com/nwl5dq0aletg/nuvem-de-palavras).

Desde o início do isolamento social, a realidade imposta mediante a condição sanitária pandêmica pôs em cheque a essência do GPEAFE. Um grupo acostumado a se reunir todas as semanas, durante anos, acostumados com a partilha de saberes, de ideias, de experiências e emoções em um mesmo espaço físico, fomos obrigados/as a cumprir o isolamento social. Nessa condição, os laços foram testados, a produção intensa de saberes e dinâmica do grupo, assim como a perspectiva de construção coletiva e colaborativa, visto que neste momento os/as integrantes permanecem restritos aos seus núcleos privados. As pesquisas que necessitavam trabalho de campo, como as pesquisas em escolas, assim como as formações presenciais promovidas pelo grupo foram reformuladas e ressignificadas, a fim de dar prosseguimentos com as propostas do grupo. Passamos no teste. Diante desta nova condição, sobrevivemos ao distanciamento, e com o advento das tecnologias digitais mantemos nossos encontros de partilhas semanais, nossas formações, nossas participações intensas em eventos científicos. Isso porque o GPEAFE acredita que o trabalho do grupo contribui, mais que nunca, na transformação das pessoas por meio da aprendizagem social, de reflexões que promovem ação/participação e na partilha de saberes, como estratégia para superação dos conflitos e incertezas.

Para conhecer mais sobre o nosso grupo, convidamos a visitar nosso site.