Medo da morte é uma das consequências da pandemia

 

Medo e insegurança são sentimentos que marcam a vida de muitas pessoas neste momento de pandemia e isolamento por causa do coronavírus. Psicólogos do Apoiar, do Instituto de Psicologia da USP, vêm realizando um atendimento on-line, buscando dar uma acolhida à população, sem o objetivo de substituir uma consulta presencial, mas sim de dar um apoio, um suporte, nesta fase tão difícil. Há pessoas que nesta situação, em que nada pode ser feito – não há uma vacina para a covid-19 e o tratamento nem sempre se mostra eficaz -, se sentem sufocadas, com pensamentos negativos, vendo a morte de perto, sofrendo muito mais do que deveria, o que amplia ainda mais sua angústia.

A professora Leila Tardivo, do Laboratório de Saúde Mental e Clínica Social do Instituto de Psicologia da USP, lembra que “o medo da morte nos acompanha desde sempre, todo mundo tem. É uma angústia inere

nte ao viver”. Ela cita que, “o que é preciso ter claro é que é uma angústia, mas não é uma certeza. Tomando os cuidados necessários, podemos ter uma tranquilidade de que estamos fazendo a nossa parte. O problema consiste quando você está passando por uma situação de risco real e ela se somar aos medos internos de cada um”. A psicóloga lembra que “o medo precisa ser um sinal de alerta para eu me cuidar, não pode ser uma emoção que me faça morrer antes. É preciso ser um estímulo para a vida, não uma situação de paralisia, de desespero, que me impeça de viver e de ter esperança”.

A professora lembra que, neste momento, o ideal é evitar passar o tempo todo buscando informações na tevê, no rádio, na internet sobre o coronavírus. É preciso se informar, mas de uma maneira equilibrada. Procurar fazer atividades mais criativas, mais construtivas. Fazer deste momento algo não tão negro.

Os profissionais do projeto Apoiar, do Instituto de Psicologia, estão realizando uma pesquisa intitulada Sentimentos e atitudes no isolamento social em período da pandemia por coronavírus. O trabalho busca compreender os sentimentos e atitudes, em relação ao isolamento social associado à pandemia, para pensar em ações que possam auxiliar a população. Podem participar da pesquisa crianças, adolescentes e adultos. Para responder ao questionário, é só acessar esta página.