Quartoze perguntas para Karina Okajima Fukumitsu, referência em suicidologia: “O ‘descaso’ com os cuidados resulta na invisibilidade; por consequência, o número de suicídios aumenta”

Se existe um nome referência em suicidologia no Brasil, é o de Karina Okajima Fukumitsu. Se você nunca ouviu falar, foi ela mesma que trouxe o termo e suas aplicações — teve contato com a “suicidology” entre 2000 e 2001, nos EUA, que estuda processos de suicídio e trata prevenção e posvenção, o acolhimento a pessoas próximas a alguém que se mata, conceito do psicólogo americano Edwin S. Shneidman (1918-2009).

Seu nome e suas experiências não deveriam ser divulgados apenas no “Setembro Amarelo”, quando a campanha ganha destaque máximo, mas em todos os dias do ano.

Karina é uma das especialistas convidadas para o documentário “Para os que ficam”, dirigido pela cineasta Susanna Lir, com argumento da jornalista Márcia Disitzer, que estreia na segunda (18/09), no GNT. “Sou filha de duas pessoas que tiraram a própria vida, mas sempre amei viver e consegui ficar do lado do sol”, diz Márcia, resumindo exatamente o trabalho de Karina, que teve que lidar com inúmeras tentativas de suicídio da sua mãe, Yooko Okajima – a primeira quando ela tinha apenas 10 anos e, pelas suas contas, foram mais de 15 vezes. Yooko morreu em 2013, por um problema cardíaco.

O doc fala dos enlutados, filhos, pais, irmãos e parceiros daqueles que optaram por desistir da vida, que são sempre pouco retratados, e trata o suicídio sob a ótica daqueles que ficam e que precisam se reconstruir, digamos assim.

Karina venceu os traumas e, há alguns anos, em sua agenda, não existe vaga para frugalidades. Ela respondeu à coluna de quinta a sábado (14 a 16/09), entre atrasos de voos e definições de palestras.

Karina é pós-doutora e doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, mestre em Psicologia Clínica pela Michigan School of Professional Psychology (MIsPP) e criadora da “Pós-graduação em Suicidologia: Prevenção e Posvenção, Processos Autodestrutivos e Luto” entre outros títulos. Também é produtora e apresentadora do podcast “Se tem vida, tem jeito”,  também título da associação homônima (https://www.astvtj.com/). É, ainda, autora de diversos livros e artigos, coeditora da “Revista de Gestalt”. “O propósito é acolher pessoas em processo de luto, luto por suicídio. Mas como é iniciativa privada, ainda buscamos patrocínios para que ela possa vingar. Estamos em desenvolvimento de todos os serviços e espero que, a partir de 2024, possamos solidificar o propósito de tornar a associação um local referência para a posvenção e acolhimento”, diz.

Ela costuma se apresentar como “educadora dos pés descalços”. Karina teve uma inflamação cerebral chamada ADEM quando terminava um pós-doutorado, doença autoimune que provocou a perda dos movimentos e o esquecimento da ordem alfabética. Fiz uma promessa que, se retornasse ao consultório e para as salas de aula, ficaria descalça para atender, dar aulas e palestras. “Com meus pés no chão, reverenciaria meus clientes e alunos e o fato de estar novamente em pé”.

1.

O que você acha sobre todas as ações sobre o suicídio serem concentradas no setembro amarelo?

A prevenção ao suicídio deve ser prática diária. A valorização da vida, o fortalecimento da saúde existencial e a preocupação com os adoecimentos mentais e existenciais deveriam ser foco diário. Dessa forma, acredito que, cada vez mais, temos de realizar trabalho de ampliação da conscientização para que tais focos aconteçam diariamente.

2.

 É necessário falar sobre o assunto? Por que no Brasil nunca se ouviu o termo “suicidologia”?

O termo é mais comum em países que têm escopo mais aprofundado na prevenção e posvenção do suicídio. Recebi muitas críticas ao trazer esse termo para o Brasil, com a fala de que quem é suicidologista deveria ter pós-graduação. Sendo assim, criei a grade curricular e desenvolvi a primeira Pós-graduação no Brasil em Suicidologia: prevenção, posvenção, processos autodestrutivos e luto da Faculdade Phorte, que acontece desde 2019. Estamos, felizmente, na quarta turma da pós-graduação e já formamos mais de 300 pessoas.

3.

Obviamente que todas as experiências com a morte foram importantes para se transformar na profissional e pessoa de hoje. Mas qual o sentimento que você gostaria de riscar da sua memória se fosse possível? E como lida com ele?

O desamparo social de todas as tentativas de suicídio de minha mãe; o desrespeito que todas as pessoas que acompanhei e acompanho, que tentam o suicídio, e a falta de acolhimento de todas as pessoas em luto por suicídio. Mas, “risco” todas essas feridas e marcas sendo protagonistas de mudança, provendo ações que se ocupem do amparo, respeito e acolhimento. Tenho uma frase que criei na pandemia: “suportaremos a dor com atos de amor”.

4.

 Nessas suas experiências pessoais, o que foi mais difícil: superar ou encarar?

Aprender a tolerar a falta de sentido das pessoas em intenso sofrimento. Outra dificuldade que me incomoda muito e tenho de me trabalhar, humilde e pacientemente, é o descaso das políticas públicas em relação aos processos autodestrutivos, a prevenção ao suicídio e ao que se refere à posvenção. Esse “descaso” com os cuidados ao ser humano resulta na invisibilidade do sofrimento existencial; por consequência, o número de suicídios aumenta drasticamente. Acredito que todo ser humano deva ser visto em sua singularidade e diferença, porém é muito difícil criar solitariamente ações que promovam a melhoria da saúde existencial.

5.

“Se tem vida, tem jeito”… Você já viu muitos casos que não tiveram jeito e a frase “quem quer se matar, consegue”. Como fazer para que a pessoa vire a chave e acredite que tenha jeito?

Minha frase “se tem vida, tem jeito” foi criada em momento que adoeci, em 2014, pela inflamação cerebral Acute Disseminated Encephalomyelitis (A.D.E.M), uma doença autoimune, portanto, autodestrutiva. Quando adoeci, estava no Pós-doutorado (USP), estudando “Cuidados e intervenções aos enlutados sobreviventes por suicídio” e percebi que meu adoecimento não podia ser em vão e reconquistei saúde existencial para ser comprovação empírica de que podemos reverter os processos autodestrutivos. Com o adoecimento, perdi meus movimentos e a ordem alfabética. Aprendi a resgatar minha esperança para lutar contra a desesperança que me invadiu na época e tentei lembrar a frase que minha avó (obatchian) falava: “Karina, tudo tem jeito menos a morte”. Como eu não me lembrava da frase que para mim, naquele momento, era imensa, criei a frase em versão mais curta, ficando “se tem vida, tem jeito”. Isso tudo é para explicar que o contexto da frase não se direciona para aquele que se encontra em “carne-viva” e que já apresenta o “tunnel vision” (termo de Edwin Shneidman), que descreve quando a pessoa está rígida no pensamento de que é a morte a única resposta que poderá minimizar seu sofrimento. Sendo assim, minha frase não tem o objetivo de ser “positivismo tóxico”, ignorando que a pessoa está em intenso sofrimento. Costumo dizer que não conseguimos convencer ninguém a não se matar, mas podemos identificar com a pessoa a característica da ambivalência do comportamento suicida que reza que a pessoa não deseja a morte, mas sim, deseja matar seu sofrimento. Nesse sentido, meu trabalho é ampliar as possibilidades existenciais para que ela compreenda qual é o sofrimento que deseja matar; descubra fatores de proteção e encontre outros sentidos de e em vida. “Virar a chave” de sua vida com mais vitalidade e sentido dependerá das chances que a pessoa der para suportar o sofrimento e se perceber em outra margem.

6.

 Em suas palestras, você costuma fazer a reflexão “quem mata quem quando o suicídio acontece?” Quem fica se sente culpado, cheio de porquês sem resposta… Também vimos alguns termos epistemológicos criados por você, como “morrência” e “o estranho alívio” (sensação que as pessoas próximas ao indivíduo que se mata sentem quando se livram do estresse diário com a morte do outro, geralmente um sentimento também acompanhado de culpa). Existe “cura” para quem ficou?

O luto por suicídio apresenta suas especificidades, que acrescentam uma compreensão de que a pessoa em luto por suicídio vive uma montanha-russa de sentimentos, parecendo estar no primeiro carrinho sem ter sido consultada se desejava estar nesse lugar. Por esse motivo, criei a frase “quem mata quem quando um suicídio acontece?” É o caos que se instala na vida da pessoa em luto a partir do suicídio da pessoa amada. O processo de morrência é o definhar existencial a partir de uma complexidade de processos autodestrutivos, cujo ápice é o suicídio. Criei este termo para me aproximar dos estudos de Shneidman, pai da suicidologia moderna e autor principal dos meus estudos e pesquisas e que escreve que “Suicide as a Psychache”, que traduzi como “Suicídio como sofrimento existencial “. Já o “estranho alívio” faz parte das especificidades do luto por suicídio, pois a pessoa não se sente aliviada pela morte em si, mas sim pelo estresse que finalizou. Sendo assim, não há “cura”, mas sim, adaptação frente à morte, reconciliação. Processo de luto não é doença, mas resposta que todo ser humano tem como experiência frente às mortes simbólicas e concretas. Costumo dizer que, no processo de luto, a gente não usa maquiagem. Portanto, o luto é processo de sobrevivência e de reconciliação conosco, apesar da morte e da crise que se vivem a partir do suicídio de pessoa amada. Luto é crise e  como em japonês, o ideograma da palavra significa oportunidade, penso que a oportunidade que temos quando temos de enfrentar um suicídio e nos reconectar com a vida que ainda habita em nós, apesar da árdua travessia.

7.

Como tentar aliviar um pouco essa sensação de impotência diante de uma perda desse tamanho?

Tenho a crença de que a gente precisa aceitar a impotência sem se render a ela. Todo mundo vive experiências que convoca a lidar com a impotência, pois, ao contrário do que muitos pensam, sentir a impotência não é sinal de fraqueza tampouco de fracasso. Faz parte da condição humana enfrentarmos crises existenciais que nos colocam em situações de questionamentos sobre a potência no enfrentamento de dores e de sofrimento, tais como na morte por suicídio. Tenho um termo que criei que é o antídoto do processo de morrência: “processo de extrair flor de pedra”. É um processo que significa extrair beleza de um solo árido e que inclui a capacidade de transformar dor em amor e de transformar a situação desconhecida em conhecimento. Essa foi a minha história: transformei minha dor em amor próprio e ao próximo e transformei situação desconhecida de impotência em conhecimento de elevar minha potência para ser agente de mudanças direcionadas para o acolhimento ao sofrimento existencial. Nesse sentido, trilhar a travessia do luto por suicídio e fazer o caminho da posvenção juntamente com a pessoa em luto por suicídio e é trajetória que exige esforço hercúleo, porém é caminho possível para aliviar o sentimento de impotência. Enfim. Aliviamos a impotência quando a transformamos em potência para reassumir nosso lugar no mundo permitindo-nos a ressignificar o sofrimento, transformando nossa dor em amor e dignificando a história que vivemos com aquele que partiu por suicídio.

8.

Nesse sentido, o trabalho de posvenção seria muito mais importante do que o de prevenção? Como colocar os pesos e as medidas nesses dois tratamentos/protocolos?

Tanto o trabalho de prevenção quanto o de posvenção são importantes, pois ambos são espelhamentos do mesmo processo de ressignificação do sofrimento. Enquanto a prevenção lida com a compreensão do que provoca sofrimento a ponto da pessoa se matar, a posvenção trata da compreensão e do acolhimento de quem ficou. Portanto, a posvenção é prevenção de gerações futuras. O programa de ações também visa à prevenção do ser humano, à ampliação de possibilidades para enaltecer os fatores de proteção e ao aprimoramento dos cuidados das pessoas em vulnerabilidade. Sabendo que vulnerável é aquele que se sente atacado, ferido e desprotegido, tanto na prevenção quanto na posvenção, o foco se direciona para nos tornarmos guardiões da vida para que a pessoa se sinta protegida e aprenda a se defender em situações de desamparo, de desespero e de desesperança.

9.

 Existem os sobreviventes do suicídio (quem tentou e não conseguiu) e os sobreviventes do suicídio (os que são próximos de quem tentou). O que fazer nos dois sentidos? (você é também uma sobrevivente…)

Segundo Shneidman, “survivor” é aquele que foi impactado por suicídio e indica todo indivíduo que experiencia o luto por suicídio. Jordan e McIntosh (2011) definem como “alguém que vive a experiência de um alto nível de autopercepção psicológica, física e/ou desamparo social por um tempo considerável após o suicídio de outra pessoa”. Quando o termo “survivor” foi traduzido para o português, algumas pessoas, incluindo eu, começaram a utilizar “sobrevivente” para aqueles que tentaram o suicídio e que não tiveram suas mortes consumadas e para qualquer um que passe por um “tsunami existencial” e suporta seu sofrimento, extraindo flor de pedra. Atualmente, não uso mais a expressão “sobreviventes” para as pessoas em luto. E por esse motivo, tirei de uso o termo quando idealizei o “Grupo Transformador em Amor”, do Instituto Sedes Sapientiae e, desde 26 de novembro de 2019, sob coordenação de Fátima Aparecida Gomes Martucelli e Cristina Petry, temos oferecido acolhimento às pessoas em luto por suicídio no Núcleo de Assistência Social (NAS) do instituto. Formamos uma linda equipe de voluntários que oferece seu tempo para acolher pessoas do Brasil inteiro. O encontro acontece sempre na última terça-feira de cada mês, das 19h30 às 21h30, de forma remota e gratuita. A pessoa em luto precisa se inscrever até um dia antes, pelo e-mail nas@sedes.org.br.

10.

 Os efeitos indiretos da pandemia foram muitos, tanto física, quanto psicológica e emocionalmente. Segundo pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane, da Fundação Oswaldo Cruz no Amazonas, os casos de suicídios no país durante as fases mais críticas da pandemia identificaram um número maior que o esperado a partir dos 30 anos, sobretudo em mulheres. Os efeitos da depressão, ansiedade e todos os transtornos que vêm juntos mudaram de faixa etária, de lugar? Como você analisa esse estudo?

A pandemia trouxe e trará muitas consequências que ainda não conseguimos prever nem dimensionar os impactos. No entanto, podemos inferir que ninguém nunca será o mesmo depois desta fase pandêmica, pois tivemos de nos reinventar, viver conflitos relacionais, dividir os mesmos espaços e conciliar necessidades absolutamente diferentes no mesmo local e tempo em que ao mesmo tempo, buscávamos por preservação da imunidade e garantia de nos manter vivos(as). Não acredito que os “efeitos da depressão, ansiedade e todos os transtornos que vêm juntos mudaram de faixa etária, de lugar”, mas sim, que os números de suicídios de pessoas acima de 30 anos aumentaram, pois o desespero, desamparo e desesperança assolaram muitas pessoas que não acreditaram que tudo seria uma fase passageira de readaptação, sobretudo de suas condições emocionais, financeiras, físicas e psíquicas. Há de se considerar que houve também um aumento dos divórcios e de violência doméstica durante a fase pandêmica e que se a autodestruição é energia agressiva que se volta contra si, na inabilidade de as mulheres colocarem a agressividade para fora, desviaram suas energias contra si.

11.

Como identificar uma pessoa em sofrimento e o que fazer?

Identificamos uma pessoa em sofrimento quando há mudança abrupta de comportamento. Alguns sinais também são importantes: tentativas de suicídio anteriores; verbalização de intenso desejo de morrer;  ter um planejamento para o suicídio; oscilação do humor; isolamento; perturbações no sono (excessivo ou insônia recorrente); dificuldade de concentração persistente; casos extremos de irritabilidade, intensa raiva, desejo de vingança; medos e preocupações recorrentes; pensamentos de morte ou sobre morrer; culpa, vergonha e cobranças de não ter atingido as expectativas; pessimismo, desesperança, desespero, desamparo; estresse acentuado; sensação de estar preso e sem saída. Além disso, quando a pessoa começa a se desfazer de objetos importantes; despedir-se de parentes; estocar comprimidos; súbito interesse em religião e falas como: “Se isso acontecer novamente, acabarei com tudo”; “você sentirá saudades quando eu me for”; “logo você não precisará mais se preocupar comigo”; “sou um fardo”; “estou cansado da vida, não quero mais continuar”; “sou uma pessoa inútil “.

12.

O que fazer com a pessoa em intenso sofrimento?

Será necessário envolver a família nos cuidados ou se a família não aceitar trabalho psicoterapêutico, garantir a formação de rede de apoio. Trabalhar com a ressignificação do sofrimento e aperfeiçoar modalidades de enfrentamento, enfatizando que outras alternativas podem ser encontradas. Oferecer esperança e não positivismo tóxico no sentido de entender o que provoca tanto sofrimento a ponto de a pessoa querer tirar a própria vida. É preciso sempre legitimar os sentimentos e encaminhar a pessoa para serviços de saúde.

13.

 Em efeito comparativo, o que mais tem visto aumentar de 10 anos pra cá nos consultórios, palestras, em seu direct, enfim, o que nota que mudou no ser humano nos últimos anos? O que tem visto nas escolas?

Felizmente tenho percebido o aumento do interesse pela temática da prevenção ao suicídio, dos comportamentos autodestrutivos e dos processos de luto e posvenção. Atualmente não sofro mais o preconceito em relação ao meu trabalho e sou consultora de saúde existencial em escolas e em empresas, instituições que jamais falariam sobre o assunto anos atrás. Em 2004 lancei meu primeiro livro sobre suicídio e tive 3 recusas editoriais além de ouvir comentários: “Você está pronta para ser rejeitada na Psicologia por trazer um assunto tabu e tão espinhoso?” “Você não tinha um assunto mais feliz para pesquisar e estudar?” Sofri vários ataques em relação a propagação da Suicidologia no Brasil, mas um dos elogios mais acolhedores que recebi de uma supervisora de educação da secretaria de educação de São Paulo foi a de que “sou a mãe da Suicidologia brasileira”. Hoje, percebo que minha luta de despertar a consciência brasileira sobre a necessidade de fazermos algo não foi em vão.

14.

Qual a importância do documentário “Para os Que Ficam” e como foi participar?

O documentário representa o “sonho de consumo” que sempre desejei e concretização de um sonho, pois meu foco de pesquisa é o luto por suicídio e a posvenção.  Abri juntamente com Gabriela Ribeiro Sabio de Melo, pessoa em luto pelo suicídio de seu pai e que se tornou minha filha espiritual; suas irmãs; meu marido e minha irmã, a Associação Se tem vida, tem jeito  (www.astvtj.com). Como é iniciativa privada, ainda buscamos patrocínios. Os recursos que temos por enquanto têm vindo dos cursos de formação sobre luto e luto por suicídio. Portanto, ainda estamos em desenvolvimento de todos os serviços e espero que a partir de 2024 possamos solidificar o propósito de tornar a associação um local referência. Voltando sobre a importância do documentário, sou muito grata por Marcia Disitzer ter me convidado para fazer parte e por ter conhecido a incrível Susanna Lira e a equipe que desenvolveram trabalho pioneiro brasileiro. Um trabalho respeitoso, acolhedor, informativo, coerente com as recomendações da Organização Mundial da Saúde para publicação de situações que envolvem o suicídio e muito importante para a sociedade. Minha eterna gratidão para os envolvidos no caminho da posvenção. Que possamos ser agentes de mudança.

Pela Redação Lulacerda, 17/9/2023