Estudantes da USP se organizam para combater os efeitos da pandemia

Alunos, professores e centros acadêmicos da USP estão se organizando para combater os efeitos deixados diariamente pela pandemia do coronavírus. Falta de acesso a itens básicos de higiene e alimentação, ausência de equipamentos para se comunicar e estudar, as grandes filas de pacientes aguardando atendimento e comunidades afastadas que necessitam de informações confiáveis. Situações como essas foram motores de engajamento a diversas iniciativas de voluntariado nos campi da USP. A maioria delas se concentra em levar o conhecimento adquirido para fora dos muros da Universidade, aliando o desejo de ajudar à oportunidade de praticar o que aprendem em sala de aula.
Conheça algumas destas ações a seguir e saiba como ajudar ou pedir ajuda.

Instituto de Psicologia

Material Educativo

O Laboratório de Etologia, Desenvolvimento e Interação Social (Ledis) é composto por alunos de graduação, pós-graduação e bolsistas que estudam as interações entre humanos e outras espécies (principalmente cães e macacos). Durante o período da pandemia, o grupo está produzindo e divulgando material educativo sobre a covid-19 para as pessoas que vivem nos locais onde se estudam os macacos-prego, além de regiões com populações rurais vulneráveis. O material tem sido distribuído em áreas como Gilbués, no interior do Piauí; Una, na Bahia e cidades próximas ao Parque Estadual Carlos Botelho, em São Paulo. Pensando na prevenção da doença, os alunos desenvolveram vídeos, gifs, ou imagens com uma linguagem acessível, informal, contando sobre o que é o vírus, explicando formas de contaminação e maneiras para evitar a transmissão.

“Em cada uma destas áreas nós estamos trabalhando há 10, 20 anos! Estabelecemos laços fortes com as comunidades locais, que nos deram acesso às áreas, por meio de moradores locais que são nossos assistentes de campo por tantos anos, nos ensinaram a andar nas matas, nos guiaram, nos ensinaram o nome das plantas. Eles nos ajudaram a acostumar os macacos à presença de observadores humanos e hoje conhecem cada macaco do grupo pelo nome e suas respectivas gerações”, lembra a professora Patrícia Izar, orientadora dos alunos do projeto. Segundo ela, a pandemia trouxe a urgência de levar a essas pessoas informações baseadas na ciência. “Porque, às vezes, as pessoas não conseguem imaginar o que seja um vírus, que tem esse nome estranho e alto poder de disseminação. E também por que há tanta informação falsa que é veiculada nesses locais”, completa.

Sebo Virtual

Sob orientação da professora Fraulein Vidigal de Paula (Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade da USP), alunos de graduação e pós-graduação estão empenhados em buscar soluções para os funcionários terceirizados que foram demitidos, além dos prestadores de serviço do tradicional corredor da Psicologia, onde vendem lanches, livros e acessórios. O grupo criou um Sebo Virtual e participou da criação de um fundo de solidariedade para esses profissionais. “Ainda estamos pensando em criar sistemas de créditos com esses prestadores de serviço, além de lives em forma de rodas de conversa para manter o contato”, explica Sung hwan Ahn, aluno de graduação do instituto.

 

O Instituto de Psicologia abriga projetos e laboratórios que, tradicionalmente, realizam atendimento psicológico a diversos e distintos públicos. Mas, neste momento, o instituto reorganizou os atendimentos e destinou grupos de assistência específicos para lidar com as dificuldades psicológicas que derivam da pandemia. Conheça alguns a seguir:

 

APOIAR – Atendimento On-line

Pessoas que manifestem sofrimento psíquico relacionado à pandemia e ao distanciamento social são o foco do APOIAR. O grupo disponibiliza atendimento especial a profissionais de saúde, a adolescentes (neste caso com o consentimento dos responsáveis) e a pessoas com mais de 18 anos de idade. O processo é realizado por psicólogos inscritos no Conselho Federal de Psicologia e habilitados para atendimento a distância. Os interessados devem enviar e-mail para: apoiar@usp.br

Laboratório Chronos

O Chronos atende pessoas com câncer e seus familiares, mas durante o período de isolamento social, passou a prestar atendimentos também a profissionais da saúde, com a ajuda de alunos voluntários. De acordo com a professora Elisa Maria Parahyba Campos Rodrigues, coordenadora do projeto, os atendimentos continuam por telefone. “O grande tema é o medo. A incerteza de não saber até quando o isolamento vai e os problemas financeiros.” No caso do paciente com câncer, as preocupações não são as mesmas. “Quando existe uma angústia muito grande, as outras ficam em segundo plano. E me parece que a questão do câncer ocupa um espaço mental maior do que o da pandemia”, avalia.

Para saber mais, acesse este link.
Para ser atendido, envie um e-mail para chronos.usp@gmail.com.

Por Jornal da USP